HISTÓRIA DAS OLIMPÍADAS

Tudo muito bom, tudo muito bem... Em 2012, os jogos olímpicos se realizarão em Londres. 

O evento foi perdendo sua finalidade inicial a partir da grande indústria que se tornou. Essa crítica não se dedica tanto às Olimpíadas, mas se estende aos esportes em geral (olha o futebol), que se tornaram um grande filão em que corre muito dinheiro (investimentos privados e estatais, muitas vezes desviados... Vocês estão acompanhando o Brasil nos jogos desse ano...).  

A história dos jogos pode ser dividida em duas fases: a primeira trata das Olimpíadas na Antiguidade (2500 a. C./392 d. C.); a segunda, após um longo hiato (exatos 1492 anos), trata dos jogos  olímpicos da Era Moderna, que retomaram as competições em nível mundial no ano de 1894.

As Olimpíadas foram concebidas por volta de 2500 a. C. pelos gregos, a fim de homenagear seus deuses, principalmente Zeus. Somente em 776 a. C., as competições passaram a contar com a participação de atletas de várias cidades-estado, reunidos no Peloponeso, na cidade de Olímpia, onde confluíam os rios Alfeu e Giadeo.

Os esportes tinham duplo papel para os gregos: manter a harmonia entre as cidades que compunham a civilização grega; e disseminar a busca de um corpo saudável. O único prêmio dado aos vencedores era uma coroa de louro.

Como no ano de 392, sob Teodósio II, a civilização grega se converteu ao cristianismo, todas as manifestações politeístas foram proibidas, inclusive as esportivas.

Apenas no século XIX, os jogos são retomados e sediados em Atenas, por iniciativa do barão francês Pierre de Cobertin. Neste ano, treze países competiram provas de esgrima, luta livre, atletismo, ciclismo, natação e tênis, e os vencedores foram agraciados com uma medalha de ouro e um ramo de oliveira.

Desde sua retomada , as Olimpíadas deixaram de acontecer por três vezes: em 1916 (por conta da Primeira Guerra Mundial - seriam na Alemanha); e em 1940 e 1944 (devido à Segunda Guerra Mundial - ocorreriam, respectivamente, no Japão e em Londres).

Mais do que promover a paz entre os povos, as Olimpíadas não raro servem de palco para manifestações políticas.

Nos jogos de Berlim de 1936, o führer Hitler, motivado pela sua defesa da superioridade da raça ariana, não ficou para assistir à premiação do atleta negro estadunidense Jesse Owens, que ganhara quatro medalhas de ouro.

Ainda na década de 30, os regimes totalitários europeus se utilizaram das competições a fim de promover sua forma de governo. Um post já foi destinado a esse estudo aqui.

Nas Olimpíadas da Cidade do México, em 1968, dois atletas medalhistas estadunidenses (Tommi Smith e John Carlos), no pódio, fizeram o símbolo dos Panteras Negras ou o raised fist (movimento contra a segregação racial liderado por Malcom X) e acabaram sendo banidos dos jogos pelo COI (Comitê Olímpico Internacional).

Manifestação mais do que merecida... Pela igualdade de direitos civis dos negros na sociedade estadunidense...

Nos jogos de 1972, sediados em Munique, o grupo terrorista palestino Setembro Negro assassinou onze membros da delegação israelense. A partir daí, a segurança dos atletas envolvidos passou a ser o centro das atenções.

Durante a Guerra Fria, a competição ideológica entre EUA e URSS também chegou aos esportes. Em 1980, a delegação estadunidense boicotou os jogos de Moscou, em repúdio à invasão soviética ao Afeganistão. Quatro anos mais tarde, nas Olimpíadas de Los Angeles, foi a delegação russa que deixou de participar, alegando falta de segurança para seus desportistas. Além disso, o quadro de medalhas tinha EUA e URSS no topo sempre! 

 A bandeira olímpica - cinco anéis entrelaçados, nas cores azul, vermelho, verde, amarelo e preto, sobre o fundo branco- foi concebida por Coubertin e representa os cinco continentes nas cores com as quais se podiam cobrir, em 1920 - quando foi asteada pela primeira vez -, as bandeiras de todas as nações olímpicas. Sob o patrocínio do comitê internacional, celebram-se jogos regionais: pan-americanos, asiáticos, do mediterrâneo, bolivarianos, centro-americanos, ibero-americanos. Contra o C.O.I., que punira a Indonésia por haver impedido a participação de Israel nos IV Jogos Asiáticos, celebraram-se em Djacarta, por iniciativa pessoal do presidente Sukarno, os I Jogos das Novas Forças Emergentes, destinados a substituir, eventualmente, os jogos olímpicos. Mas os segundos jogos, marcados para Pequim, jamais se realizaram. Acima, celebramos a participação feminina em todas as delegações no ano de 2012.

O mascote mais lembrado foi o ursinho Misha, dos Jogos de Moscou, em 1980. Olha que graça o vídeo dele chorando no encerramento do evento.