AS UNIFICAÇÕES TARDIAS: A FORMAÇÃO DO IMPÉRIO ALEMÃO

Este e o post a seguir serão dedicados aos casos de unificação tardia na Europa: a formação da Alemanha e da Itália.

Espero que ajude no simulado, segundo ano! Porque, tudo bem, ninguém me chama pra amigo-oculto de chocolate, mas ok... :P

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O Primeiro Reich alemão foi durante o Sacro-Império Romano e acabou no governo de Francisco II, que o entregou a Napoleão em 1806. Vale ressaltar que, como nessa época a língua oficial dos documentos jurídicos era o latim, os historiadores preferem não chamar o período do Sacro-Império de Reich, que é uma denominação alemã para governo.

No período do expansionismo napoleônico, os reinos germânicos formavam a chamada Confederação do Reno. Esta durou de 1806 até 1815, quando o Congresso de Viena restaurou a Europa de antes de Napoleão.

De 1815 a 1871, os Estados germânicos formavam a Confederação Germânica. Esta sofria dois tipos de influência (de um lado estavam a poderosa dinastia austríaca de Habsburgo, de outro a dinastia prussiana de Hohezollern), já que o Império Austríaco e o Reino prussiano (industrializado) eram os mais fortes de toda a Confederação.

Durante a Confederação, eram muitas as tentativas de unificação, mas, como estas eram de caráter popular, a elite germânica acabou voltando-se contra a revolução e aceitando se subjugar a um poder centralizado forte. Foi a Primavera dos Povos de 1848, cujas revoluções nacionalistas acabaram fracassando. Temia-se que as várias etnias que formavam a Confederação Germânica se desagregassem, dando origem a vários pequenos países independentes, coisa que não era interessante para a aristocracia da época que percebia que o poder emanava da quantidade de terras que se possuía.

Acima, o mapa da Confederação Germânica, enfatizando o Império Austríaco em amarelo e o Reino Prussiano (percebem que era um território descontínuo???) em azul.

Estados formadores da Confederação Germânica.
Em 1862, o rei prussiano Guilherme I nomeou como primeiro-ministro Otto von Bismarck. Bismarck era um junker, o que significa dizer que ele fazia parte da nobreza proprietária de terras. Agora me respondam em uníssono: uma pessoa que provém da aristocracia tem algum interesse em alguma coisa que envolva o benefício das camadas populares? NÃÃÃÃÃO!!! A unificação alemã, então, foi um processo que ocorreu de cima pra baixo, envolvendo a submissão do povo a um poder central que funcionava em prol das elites? SIIIIIM!
Bismarck (lyndro com seu Pickelhaube): o Chanceler de Ferro.
A Prússia que, desde 1834, já tinha adotado o Zollverein (união aduaneira entre os os reinos que compunham a Confederação Germânica, que visava melhorar a circulação de mercadorias da industrializada Prússia), e Bismarck iniciou uma verdadeira expansão ferroviária na Confederação. Dessa maneira, a Prússia foi pouco a pouco eliminando a influência austríaca. Além disso, Bismarck também era agressivo em sua política externa e garantiu a liderança  prussiana no processo de unificação alemã através de muitas guerras:
  1. Guerra dos Ducados: Império Austríaco e Prússia x Dinamarca. Mas por que tanto ódio nesse coração? Por que o nome de guerra dos ducados? Não estou entendendo mais nada. Quero morrer. Calma... Porque a Prússia queria o controle de dois ducados autônomos, mas que pertenciam à Dinamarca de nome fofo e fácil de escrever, como Schlewig e Holstein. Ok, mas por que Áustria e Prússia não deixavam Schlewig e Holstein quietas, meu Jah? Porque elas eram províncias rebeldinhas, onde toda hora tinha revolução, o que contrariava os reis dos dois reinos.
  2. Guerra Austro-Prussiana: Agora ferrei a cabeça de vocês, né? Quer dizer que a Prússia tinha se unido à Áustria contra a Dinamarca e agora se voltava contra ela? Que bandido esse Bismarck, não? Claro, assim, ele tanto acabava com a influência dos Habsburgo na Confederação quanto pegava Schlewig-Holstein todinha pra ele... Foi o segundo passo rumo á unificação alemã.
  3. Guerra Franco-Prussiana: Bismarck ficou interessado numa guerra contra a França, pois esta impunha empecilhos para a conclusão da unificação alemã. mas por quê? Quem governava a França nessa época era Napoleão III, sobrinho de Napoleão, que não via com bons olhos o fortalecimento da Prússia. isso já deixava Bismarck com o pé atrás. A causa imediata da guerra foi a pretensão do príncipe alemão Leopold von Hohenzollern-Sigmarinen ao trono espanhol, o qual estava vago desde a revolução de Setembro de 1868. Napoleão III, temendo uma supremacia germânica, enviou um despacho ao rei Guilherme I da Prússia solicitando que garantisse a desistência definitiva do pretendente alemão. O rei declarou que a matéria estava fora da sua alçada e enviou um telegrama - O despacho de Ems - que, apesar de moderado, não assegurava neutralidade. Ao ser consultado por Guilherme I sobre o seu teor, Bismarck altera de tal modo o texto que o despacho se torna de fato uma declaração insultante para os franceses, provocando grande indignação. A França, então, declarou oficialmente a guerra que teve profundas repercussões em toda a Europa. Ao final do conflito, a França derrotada entregou a região da Alsácia-Lorena para os prussianos e consolidou-se a unificação territorial do Império Alemão. A perda desse território provocou nos franceses o que mais tarde seria um dos motivos para a eclosão da Primeira Guerra Mundial: o revanchismo francês.


A unificação alemã dá origem ao Segundo Reich, que vai da centralização política até o fim da Primeira Guerra Mundial.

Mais sobre o outro processo de unificação tardia no continente europeu, a formação do Reino da Itália, você pode encontrar nesse link.

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