LUTO PELO MEU AMIGO-IRMÃO

Há pouco mais de um mês, soubemos o real significado da palavra luto. Eu e uma enorme quantidade de pessoas que amo. A julgar pela idade dos amigos e pelas vicissitudes de nossa geração, ainda jovens adultos que, espero, não tenham passado por tantas perdas na vida, choraram.

Perdemos nosso amigo Cogu no mundo terreno. E, para aquele que crê, sua jornada já terminara e ele seguirá sua estrada no céu dos cristãos, no plano espiritual dos kardecistas, nos diversos planos dos budistas...

E para nós que não cremos? E para nós que, talvez ainda muito ligados à matéria ou talvez muito desacreditados pela História em todo tipo de religião, não temos uma crença? 

Para nós, acabou. Não há carma, não há volta. É o fim.

O que se fará eternamente presente é a ânsia pela vida que meu amigo tinha e, por isso, minha indignação: como pode uma pessoa que vivia tão intensamente ser retirada de nós de maneira tão abrupta? 

E deveria ser de qual outra maneira? Não seria tão doloroso seja lá como fosse? Há um mês... Daqui a 50 anos...

Meu amigo também não era devoto, mas era de longe a pessoa mais especial que eu já tinha topado na vida. Sem puxação-de-saco, porque quem me conhece sabe que não sou disso. Não só para mim, mas como para muitas pessoas, ele era amigo, irmão.

Estou em processo de negação. Muitos já o superaram.

Eu amo você ainda. Como um amigo. Como o irmão-confidente que sempre foi. Com a calma velada das palavras que você tinha não só a me dar, mas para distribuir para quem quisesse um pouco desse suco de vida. Dessa água, que você não largava...

Amarei você para sempre, e você talvez tenha, inclusive, me ensinado a crer. Hoje creio que tenho alguém que também me amava cuidando de mim. Hoje creio que o segredo da vida é vivê-la, assim, como sempre viveu: calmo. lento, não por isso distraído.

Você deixou um lapso na minha vida e nada de muita gente. Não sei se para melhor ou para a pior... mas vida de ninguém mais será a mesma.

Sem você. Esse você que nunca pareceu pertencer a esse mundo, sempre tão esquecido, tão livre de qualquer presa material.

Você nos ensinou a ser e continua ensinando agora. Só que sem você.

Ainda choramos, e você nos acharia cafonas que só. Ainda sou essa merda de pessoa a quem você amou. Como irmão.

Meu amigo. meu tudo. Meu confidente... Nosso tudo.

E o Flamengo faz mais um gol e é pra você, companheiro de tantas...






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