A CHINA CONTEMPORÂNEA

A história recente da China nos ajuda a compreender como o país é um dos que mais cresce no mundo e está prestes a se tornar uma potência econômica.

O século da vergonha: os anos do imperialismo

Até a abertura liderada pelos ingleses, a partir da vitória britânica nas Guerra do Ópio (1836-1860), a China era um país imperial. Esse conflito foi causado porque o interesse inglês em negociar o ópio esbarrava na proibição que o governo chinês impunha contra a viciante droga. Ao final do conflito, Reino Unido e outras potências ocidentais ganharam concessões na China e privilégios comerciais. Hong Kong, por exemplo, foi cedida aos ingleses, em 1842, pelo Tratado de Nanquim.

De 1848 a 1949, durante o século da vergonha, os chineses ficaram subordinados aos estrangeiros. A Revolta dos Taiping (1851-64), dos Boxers (1899-1901) e a proclamação da República (1912-1949) pelo Kuomitang (partido nacionalista chinês que, até hoje governa a República da China, conhecida como Taiwan) configuram formas de luta contra a dominação estrangeira.

Inicialmente, o Kuomitang era liderado por Sun Yat-Sen, mas, após sua morte, cai sob controle de Chiang Kai-shek. Este iniciou uma cruzada contra os simpatizantes do comunismo, que passaram a se organizar em torno de Mao Zedong, ocasionando uma intensa guerra civil no país.

A guerra civil durou mesmo quando, durante a Segunda Guerra, Kuomitang e PCC resolveram unir-se para derrotar os japoneses.

A Revolução Comunista

Apenas em 1949, ocorre uma Revolução comunista que converteu o país na República Popular da China (RPC), liderada por Mao Zedong, que é considerado um herói pela sociedade chinesa, justamente por ter conseguido libertar o país dos estrangeiros. 

Chiang Kai-shek refugia-se no Sul, em Taiwan, Taipé, que passa a ser capital provisória da República da China.

Em 1966, a China sai do satélite, inclusive, da União Soviética, após o cisma sino-soviético.

A RPC foi moldada pelos seguintes planos principais: 1) o grande salto adiante (que foi um fracasso); 2) o sistema de campos de Laogai (execução em massa de senhores de terra); 3) a Revolução Cultural (que ocasionou um banho de sangue daqueles que eram contra o comunismo chinês).

Reformas de Deng Xiaoping e a abertura capitalista (1978)

Quando Mao morre, em 1976, a estratégia do país muda. As reformas de Deng Xiaoping criam bolsões capitalistas dentro do país: são as Zonas Econômicas Exclusivas (ZEE). Era um subsídio que o governo chinês dava para que empresas estrangeiras se estabelecessem no litoral leste.

A abertura econômica não veio acompanhada pela abertura política. Tanto que, em 1989, ocorre o massacre da praça celestial, que é um exemplo da violência da ditadura comunista contra aqueles que clamavam pelo fim do regime.

China hoje

Quando Deng Xiaoping fez suas reformas, ele estava focado na produção de manufaturados mão-de-obra intensiva voltada para o mercado externo: têxteis, calçados, etc. Mas isso mudou. Aquela imagem que as pessoas da minha geração tinham da China, como produtora de quinquilharia, os famosos xinglings, acabou. A China tornou-se uma grande produtora de tecnologia.

Dos seu 1,4 bilhão de pessoas, 300 milhões fazem parte da classe média, então a preocupação passa a ser o mercado interno. Esse povo viaja muito, compra muito, consome produtos de luxo (70% de todo mercado de luxo mundial) e precisa ser atendido. Pra vocês terem noção, os chineses consomem cerca de metade dos porcos abatidos no planeta: É COISA PRA DEDÉU!

O PIB (Produto Interno Bruto) chinês, nos anos 90, era igual ao do Brasil. Em 2008, passa a ser metade da do Japão. Hoje, é a segunda economia do mundo com 13,5 trilhões de dólares em valores nominais (o que significa dizer que, se formos considerar seu baixo padrão de vida, o PIB seria o dobro; algo em torno de 27 trilhões). Por ano, a China forma no ensino superior mais graduados do que todos os formados no Brasil desde a independência!

Isso estaria provocando uma Segunda Guerra Fria. Em 2009, a China lançou uma sonda na Lua, constituindo uma grande potência espacial, industrial e militar. Daí, falar-se na existência de uma nova sensação de bipolaridade, dessa vez, entre Estados Unidos e China, quatro vezes maior que eles, PIB maior e tecnologia que os supera.

Casa feita por, pasme, impressora 3D.

Mas é realmente uma nova Guerra Fria? 

Trump e Xi Jinping estão brigando pela tecnologia 5G de celular. A empresa que detém essa tecnologia é a chinesa Huawei, então quem quiser implantar essa tecnologia em qualquer local do mundo, vai precisar comprar as antenas, por exemplos, e demais insumos todos da China, já que os americanos até possuem tecnologia similar, mas não a capacidade de produzir em tão larga escala.

Trump acusou a Huawei de estar fazendo espionagem industrial. A ZTE chinesa tinha chips, que grampeavam celulares.

A China oferece um preço baixo, para ter controle de todos os dados do mundo. Por isso mesmo, Trump iniciou uma campanha para banir a tecnologia 5G da Huawei. A alta executiva da Huawei foi, inclusive, presa num aeroporto canadense, o que provocou retaliações por parte dos chineses.

Com relação ao meio ambiente, na China, a poluição é máxima, a ponto de não ser possível sair às ruas (cerca de 10% dos dias por ano). Indústrias de carvão poluem o ar a níveis alarmantes.