A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (1914/1918)






Vamos falar deste que foi o primeiro conflito em escala mundial da História, já que mesmo aqueles que não envolviam diretamente na guerra tiveram de se posicionar.

Dividiremos esse estudo em 3 partes: antecedentes; evolução do conflito; e desdobramentos.



***



1. Antecedentes da Primeira Guerra Mundial: Aqui, vamos falar de uma série de fatores que colaboraram para a intensificação das rixas pré-existentes entre os países europeus.

  • Segunda Revolução Industrial: Acirrou as já existentes rivalidades europeias, a partir da disputa de mercados consumidores, matérias-primas e mão-de-obra para sua produção industrial;



  • Partilha da África e corrida imperialista: Para solucionar a escassez desses três elementos (mercado consumidor, mão de obra e matéria-prima), as potências industriais europeias articularam-se na partilha do continente africano e no imperialismo em solo asiático também. Como a Confederação Germânica estava às voltas com seu processo de unificação. chegou atrasada na partilha e acabou reivindicando mais territórios para si (Otto von Bismarck, líder da formação do Estado nacional germânico, tinha uma política expansionista bastante agressiva), o que deixou estarrecidas as já consagradas potências europeias, como França e Inglaterra. Além disso, Alemanha e França ainda entraram em dissenso com relação ao Marrocos, o que acentuou a rivalidade entre os dois.



  • Paz Armada (1871/1914): Durante esse período não houve conflitos no interior do continente europeu, mas estes ocorriam no exterior (África e Ásia), o que levava a crer que a eclosão de uma nova guerra parecia iminente e inevitável. Não obstante a paz, os países europeus começaram a investir na indústria bélica durante esse período.



  • Revanchismo francês: Depois da Guerra Franco-Prussiana, que marcou a formação do Império Alemão, a França saiu derrotada e perdeu um importante território para sua industrialização, a Alsácia-Lorena, rica em minério de ferro, o que gerou nos franceses um sentimento de vingança com relação ao recém-centralizado Estado alemão.



  • Questões nacionalistas: A Europa era repleta de impérios multinacionais ou multi-étnicos (como os Impérios Austro-Húngaro, Alemão e Russo), que viviam em luta para ampliar sua extensão territorial e para conter os nacionalismos existentes em seu interior. Um exemplo disso é o caso dos eslavos na Império Austro-Húngaro: como não se identificavam com o Estado de que faziam parte, eles queriam se separar daquele e formar um único país, a Grande Sérvia, que aglutinaria as populações de origem eslava (paneslavismo). Outro exemplo pode ser o pangermanismo que consiste na união e na ampliação do território germânico, já que, baseado nas ideias de Ratzel (cuja essência foi mal-interpretada), esse povo carecia de espaço para se desenvolver.



  • Diplomacia secreta e sistema de alianças: Até a Primeira Guerra, os acordos feitos entre os países era secreto, ou seja, só que sabia de sua existência eram as partes envolvidas. Dessa maneira, sem que viesse a domínio público, os países da Europa formavam uma espécie de sistema de alianças, já que qualquer distúrbio em um dos elos envolveria todos os seus aliados.



  • Estopim: O assassinato do arquiduque austríaco Francisco Ferdinando por um jovem de uma sociedade secreta nacionalista sérvia (a Mão Negra) na capital da Bósnia, em Sarajevo, fez com que o sistema de alianças fosse acionado, uma vez que, tendo a Áustria-Hungria declarado guerra contra a Sérvia, pôs-se contra seus aliados (França, Inglaterra e Império Russo). O Império Austro-Húngaro também tinha pactos com o Alemão, que, por sua vez, tinha aliança com o Reino da Itália. Estavam formados os dois lados do conflito:

           TRÍPLICE ENTENTE                                X                        TRÍPLICE ALIANÇA


                       França                                                                            Império Alemão
                      Inglaterra                                                                      Império Austro-Húngaro
                    Império Russo                                                                    
                        Sérvia                                                                              Reino da Itália





2. Evolução do conflito:

A guerra divide-se em três períodos:

  1. Guerra de Movimento (1914): A Alemanha queria que a guerra fosse curta, por isso lançou mão do plano Schlieffen, que se baseava no expansionismo rápido, a fim de fazer com que seus oponentes ficassem acuados. Porém isso se mostrou improvável dada o equilíbrio de forças entre os dois lados do conflito.
  2. Guerra de trincheiras (1915/1917): O período mais longo do conflito uma vez que as forças oponentes estavam em equilíbrio. Nesse momento, houve dois fatos importantes: a entrada dos EUA da Entente e a saída da Rússia revolucionária do mesmo lado.
  3. Retorno à guerra de movimento (1918): marcando o fim do conflito.



3. Desdobramentos do conflito:

  • Europa perde peso político-econômico;
  • EUA ascendem como potência mundial;
  • Fim dos impérios multinacionais;
  • Surgimento de novos países na península balcânica;
  • Criação da Liga das Nações - Responsável por manter a paz e evitar que um novo conflito de caráter mundial ocorresse (o que sabemos que não deu certo).
  • Propostas de paz - Houve duas propostas de paz: uma pensada pelo então presidente dos EUA, os 14 Pontos de Wilson, que versava sobre uma paz sem vencedores, já que todo continente europeu saíra perdendo; outra tinha sido elaborada pelos principais do Velho Continente (França e Europa), a fim de conter o desenvolvimento alemão e o surgimento de mais um país com quem disputar de igual para igual na Europa Era o Tratado de Versalhes, que impunha sérias restrições ao país que agora passava a ser conhecido como República de Weimar.














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