CARACTERÍSTICAS GERAIS DA REPÚBLICA OLIGÁRQUICA (1894-1930)





Oligarquias no poder: Durante o período do Império, o governo central impunha seu poder às províncias, nomeando quem iria governá-las. Com o estabelecimento da República e do federalismo, as famílias poderosas de cada estado, as oligarquias locais, passaram ao poder e lá se mantiveram por meio de um esquema político-eleitoral típico do período.

Constituição Republicana de 1891 – Abolição do voto censitário (que previa renda mínima para os eleitores). O eleitor devia ser alfabetizado; e mulheres, monges, frades e soldados não votavam. O voto continuava a ser aberto, ou seja, declarava-se publicamente em quem se votou.
Apesar de continuar grande a exclusão do direito ao voto, o número de eleitores cresceu significativamente.

Perfil da burguesia industrial brasileira: Durante a segunda metade do século XIX, o café desempenhou um papel fundamental no processo de recuperação da economia e das finanças brasileiras. O café foi um dos motivadores da acumulação de capitais que propiciou o início da industrialização, a partir de 1870. A nascente burguesia industrial confundia-se com a burguesia agrário-cafeeira, muitas vezes sendo o proprietário industrial um cafeicultor.


1. Principais características:

1.1. Coronelismo: Foi um dos mais característicos fenômenos políticos e sociais da República Velha.
O aumento do número de eleitores fez com que os chefes políticos locais tomassem alguma providência para obrigá-los a votar nos candidatos por eles indicados. Como esses chefes locais, em geral, eram fazendeiros e/ou coronéis da Guarda Nacional, essa forma de dominação do eleitorado ficou conhecida como coronelismo.
Os coronéis mais poderosos de cada região aliavam-se entre si para eleger o presidente do estado. Este, por sua vez, “retribuía” o favor, enviando verbas para financiar a prestação de serviços públicos. Era um compromisso estabelecido entre o poder público e os chefes locais (coronéis) que beneficiava ambos.
Tal sistema era mais forte nas áreas mais carentes do país, como no Norte e no Nordeste, embora também tenha existido em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, onde eram os partidos políticos os principais intermediários nas relações entre elites agrárias e o governo central.


1.2. Voto de Cabresto: Nome que levou a imposição de um candidato aos eleitores pelos chefes políticos locais.
Havia duas formas de impor o candidato aos eleitores: ou pela violência pura e simples; ou pela troca de favores.
Era freqüente a fraude eleitoral no momento da apuração dos votos por meio de manipulação dos resultados ou roubo de urnas, além da inclusão indevida de voto de pessoas mortas ou ausentes.


1.3. Política dos Governadores: Criado pelo presidente Campos Sales, em 1900, essa política visava a solucionar as rivalidades entre os estados e a União. Numa similar troca de favores, com o apoio dos chefes políticos locais, os governadores ajudavam a eleger o presidente da República. Este, por sua vez, retribuía o apoio político, oferecendo verbas empregos aos governadores.


1.4. A política do café com leite: São Paulo (café) E Minas Gerais (leite) eram os estados mais ricos e populosos do Brasil da República Velha, e suas oligarquias agrárias alcançaram grande poder nesse período por meio da formação de alianças que contribuíssem para a concretização dos seus projetos.
A oligarquia paulista organizava-se no Partido Republicano Paulista (PRP), e a mineira, no Partido Republicano Mineiro (PRM). Na maioria dos casos, as oligarquias desses dois estados concordavam e apoiavam uma o candidato da outra, alternando-se no poder, por isso o nome de política do café com leite.


1.5. Política de valorização do café: A partir de 1895, a economia cafeeira demonstrou sinais de crise de superprodução, já que se produzia mais do que o mercado consumidor externo era capaz de absorver.Porém, tendo o controle tanto do aparelho estatal quanto da economia, a burguesia cafeeira criou mecanismos de revalorização do café, que transferiam para a população os efeitos da crise de superprodução e mantinham a sua rentabilidade.


1906 - Convênio de Taubaté (Governo de Afonso Pena): Assinado pelos três maiores produtores de café (São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro), propunha que o governo federal, através de empréstimos de bancos estrangeiros, comprasse o excedente do café e armazenasse o produto até que surgisse uma boa oportunidade de venda para o exterior.
Tal posição do governo central representava os interesses dos grandes cafeicultores, já que se transferia o seu prejuízo para o governo central e mantinha-se a sua rentabilidade. Assim, os cafeicultores continuavam a ampliar as suas plantações de café, além de buscar a diversificação dos seus investimentos.


Comentários

neuma disse…
Muito bom.
Unknown disse…
Muito bom me ajudou bastante.obg
Unknown disse…
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