O verdadeiro Hino do Brasil

A música do hino nacional foi composta logo após a independência, ainda em 1822, por Francisco Manuel da Silva. Sua primeira letra, no entanto, ganhou popularidade mais tarde em 1831, por fazer menção a um importante acontecimento: a abdicação de Dom Pedro I.

Em desacato ao imperador, a letra dizia:

Os bronzes da tirania
Já no Brasil não rouquejam;
Os monstros que o escravizavam
Já entre nós não vicejam.

Após a proclamação da República, um concurso foi realizado para escolher um novo hino nacional, durante o governo de Marechal Deodoro. A música escolhida, porém, foi hostilizada pela população e passou a ser considerada o Hino da Proclamação da República (dizia: "Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós...".

Anos mais tarde, um novo concurso foi aberto para a escolha de outra letra que se adaptasse à música de Francisco Manuel da Silva. A letra de Joaquim Osório Duque Estrada foi oficializada por decreto no ano de 1922 pelo então presidente Epitácio Pessoa e continua até hoje.

Ao contrário do que se espera de um hino nacional, que deveria ter identidade com sua população, o Hino do Brasil não transmite a essência de seu povo, preferindo exaltar grandes figuras históricas e usar um vocabulário que o distancia da população em geral.

Em alguns momentos, a letra do hino faz com a sua leitura ou canto se torne travada e incompreensível: "Brasil, um sonho intenso, um raio vívido", "Se em teu formoso céu, risonho e límpido", "Fulguras, ó Brasil, florão da América", " 'Nossa vida' no teu seio 'mais amores' "; "O lábaro que ostentas estrelado" e "E diga verde-louro desta flâmula".

Tais versos mostram claramente o pouco interesse do autor do hino em fazer uma letra pronunciável e de fácil compreensão e memorização, diferentemente da maioria dos outros hinos nacionais. "A Marselhesa", hino francês, era o canto de guerra dos soldados da cidade de Marselha durante a Revolução Francesa. Mesmo quem não é francês conhece os famosos versos "Allons enfants de la patrie (À frente filhos da pátria)".

Podemos retirar da letra do hino nacional, também, algumas redundâncias ("E o sol da liberdade, em raios fúlgidos=brilhantes/Brilhou...") e incoerências históricas ("...glória no passado..." - glória no passado colonial?????).

Os hinos nacionais, atualmente, não tem mais muita utilidade. Querendo ou não, o mundo está cada vez mais "globalizado", no qual o conceito de "país" está ficando cada vez mais perdido. Os países estão-se unindo em blocos econômicos que em mais menos ou menos tempo deverão suprir as próprias fronteiras territoriais dos seus integrantes.

Por este mesmo motivo, posto a seguir uma versão que acabei de ver no Facebook, talvez,  mais coerente com nossa realidade...

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